Levantei-me a custo já passava das 12h10. Desorientada pela miopia e pelas olheiras emprestadas pelas insónias, chego despenteada à cozinha onde já fervilhava a actividade pré-almoço. Desta vez a minha mãe cumprimenta-me amavelmente. Voltei ao quarto para não fazer nada e finalmente decidi que naquele dia tinha que ver bem as coisas. Pus as lentes. Almocei n´um minuto e sai logo de casa para ingerir aquele café que me tira aquelas dores de cabeça. Sou viciada. Fumei uns quantos cigarros, falei acerca de nada, fiz-me acompanhar por muita gente mas não vi ninguem. Sou desorientada. Com o portátil no ombro e a mala cheia de “papeis”, fugi dali para um sitio mais tranquilo para ler. Decidi ir para um café. Sentei-me, fumei uns quantos cigarros, pedi um compal de manga (só manga) e irritei-me porque estava a ser observada. Comecei a ler os meus “papeis” mas parei na 1ª frase. Os olhos não se desviavam de mim. Pus os phones e a musica a topo e tentei concentrar-me nos meus “papeis”. Continuei a ser observada. Assim não dava. Peguei em toda a minha tralha e paguei o meu compal. Decidi ir para casa, lá não teria distrações. No meu quarto liguei o PC, tirei os meus “papeis” da mala e comecei a ler. Tive muito tempo a ler, até me cansar. Mas não consegui passar da 1ª frase. Os olhos continuavam lá. Miravam-me de alto a baixo, tirando-me todas as minhas forças, deixando-me (...) ... Fui para a sala. Tive horas e horas a ler, sem conseguir passar da 1ª frase. Mudei de posição no sofá frio, na esperança de me libertar daqueles olhos assustadores. Não surtiu efeito. Continuei a ler, sempre na 1ª frase, até que decidi escrever. Mas os olhos continuam ali, a mirar-me sofregamente….
(amanha vou tirar as lentes)
(amanha vou tirar as lentes)
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